domingo, 12 de outubro de 2008

MAR SELVAGEM

Planície semovente, movediça, como uma espécie diversa de duna, líquida, qual coaduna espaços: sublime sereia, bela e terrível.

No dentro: viscerais cardumes, decantados náufragos, abissais moradores (sem casa)... No fora: a epiderme é um horizonte ondulante que, como manadas ou bandos, estão em disparada (com medo de que mesmo? ninguém sabe!)... No entre: o que circunda é o limite impreciso, a borda que envolve o conteúdo, copo ou vaso... Por entre: exóticos cardumes (voo), alguma água, ar em movimento (serenos e trágicos)...

O espaço da planície movediça situa-se em um sempre: a carne é um suor bem temperado a sustentar toneladas de ferro e aço; e nas amplidões, as distâncias apequenam o grande (tal qual estrelas no céu nocturno). Amplidão que, como os espaços estelares, é única... indivisa e igual; e por um capricho humano constelou-se em domínios nomeados. (Mas como pode existir tal ficção chamada fronteira ou definição? Como delimitar aquilo que está aberto no espaço?)

Movendo-se selvagem (como as manadas já citadas) é um mesmo sempre: planície indomável.

Nenhum comentário: